Festival Internacional de Quadrinhos impulsiona o mercado e promove a diversidade no setor
- Instituto Periférico
- 29 de mai. de 2024
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Além de reunir milhares de visitantes, a 12ª edição do FIQ BH foi também um motor para o fortalecimento da cadeia produtiva dos quadrinhos no Brasil. Realizada entre os dias 22 e 26 de maio, a programação contou com uma robusta rodada de negócios com 15 editoras e 150 artistas independentes, exposições, oficinas, e presença de artistas de 22 estados brasileiros e seis países.
A Feira de Quadrinistas, com 266 mesas e 16 estandes, mostrou a vitalidade do mercado independente. Segundo levantamento feito pelo Instituto Periférico, cada expositor levou em média cinco títulos para comercialização, gerando um faturamento estimado em mais de R$2 milhões durante o festival.

Na avaliação de Gabriela Santoro, diretora-presidente do Instituto Periférico, organizar o FIQ é sempre um desafio e uma grande responsabilidade. “Por isso, zelamos pela diversidade da programação, melhorar a experiência de visitantes e convidados, e incorporar soluções de acessibilidade e sustentabilidade. Durante os cinco dias, o FIQ promoveu Belo Horizonte como um centro de produção editorial, negócios do segmento e revelação de novos talentos. O evento impulsionou a força autoral dos nossos ilustradores, abrindo espaço para a visibilidade e comercialização de títulos que muitas vezes não encontram espaço nas grandes redes de distribuição”.
Um dos destaques dessa edição foi a presença de autores indígenas na mesa “É possível produzir quadrinhos indígenas?”, marco histórico no festival. Outro momento emblemático foi a mesa “Rap e Quadrinhos”, com o rapper Rashid e o quadrinista Guilherme Match, que atraiu centenas de fãs.
A presença internacional foi garantida com convidados da Itália, Noruega, Reino Unido, Espanha, Uruguai e França. A britânica Zoe Thorogood e a norueguesa Jenny Jordahl elogiaram a diversidade do evento e a força da produção independente brasileira.
O festival também reforçou seu compromisso com a acessibilidade: seis cadeiras de rodas estiveram à disposição do público, além de equipe dedicada a libras, audiodescrição e mediação de visitas guiadas. Oficinas de formação e inclusão, como a realizada pela quadrinista cega Sue Nascimento, integraram a programação.
Outro dado importante da pesquisa FIQ BH 2024: 50% dos participantes estavam no festival pela primeira vez, e 30% vieram de outros municípios e estados, sendo que 86% viajaram exclusivamente para o evento. A presença de 3.500 alunos e 350 professores da rede municipal, beneficiados pelo vale-livro, reforça o papel do FIQ como política pública de formação de leitores.
Com 41.150 visitantes, 400 artistas na feira, mais de 90 sessões de autógrafos, 33 oficinas e 21 mesas de debate, o FIQ BH 2024 encerra sua edição reafirmando seu protagonismo no cenário cultural brasileiro e latino-americano.
A 12ª edição do FIQ BH foi realizada com patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e contou com o apoio das embaixadas da França, Noruega, Espanha, do Instituto Cervantes, Consulado Geral da Itália, Fundação Torino, editoras, escolas de quadrinhos e empresas parceiras.