Com apresentações marcadas para hoje e amanhã (21 e 22 de setembro) às 21hs no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube, “Unwanted” (foto), da performer ruandesa Dorothée Munyaneza, é um dos espetáculos mais aguardados do FIT-BH 2018. Nele, Munyaneza reúne relatos de estupros cometidos como arma de guerra no massacre dos tutsis em Ruanda na década de 90 e os transforma em uma coreografia original com colaboração da cantora punk Holland Andrews (Estados Unidos), do compositor de música eletrônica Kamal Hamadache (França) e do artista visual Bruce Clarke (África do Sul). Ingressos ainda estão disponíveis para ambas as sessões. Ontem, 20 de setembro, Munyaneza encerrou a oficina “Riverbed – Leito do Rio”, uma das ações reflexivas do Festival.
Também ontem, “A Santa do Capital” fez sua segunda e derradeira apresentação no Arquivo Público Mineiro, mais uma vez lotada e ovacionada pelo público, que aplaudiu muito o espetáculo da Coccix Companhia Teatral dirigido por Lenine Martins e com dramaturgia de Roberto Coelho.
Já “Eve”, da artista trans escocesa Jo Clifford, foi apresentada pela primeira vez no Teatro Marília. Uma grande fila se formou no saguão, com muita gente querendo ver o novo espetáculo da autora do polêmico “O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rainha do Céu”. “Eve” é baseada na própria vida de Clifford, que ao longo de 70 minutos se abre de uma forma delicada, honesta e sincera. Ontem, ela comoveu o público e participou de bate-papo com a diretora Susan Worsfold. Jo Clifford apresenta “Eve” hoje, 21 de setembro, pela última vez, no Teatro Marília às 19 horas.
No Espaço Sobre Vivências, Mauricio Tizumba lançou o Livro “De Camarões Veredas” com bate-papo mediado por Diva Moreira. No Ponto de Encontro, aconteceu a performance “Fálica” de Ana Luiza Santos e a apresentação da irreverente Banda Viada, que sacudiu o público com composições próprias. A mesa de som ficou a cargo do DJ Papito. Hoje, 21 de setembro, o Ponto de Encontro recebe o DJ Vinni e os shows de Leo Richard e Maíra Baldaia. No Espaço Sobre Vivências, tem roda de conversa com Elisa Santana e mediação de Iris Amâncio (UFF; Nandyala Editora), seguida de leitura dramática e autógrafos do livro “Os peixes do meu pano de prato” (poesia).
O Centro Cultural da UFMG recebeu Pablo Manzi e a Compañia Bonobo para a Oficina de Dramaturgia Bonobo, que ocorreu entre 10h e 13h, e teve grande procura e adesão do público. Quem assistiu à instigante “Donde Viven los Bárbaros” no Cine Theatro Brasil Vallourec pôde conferir a força do texto de Manzi, que combina com maestria uma potente crítica à intolerância nos dias atuais com humor ácido e uma encenação justa e eficiente.
No MUMO, ocorreu o ciclo de conversa “Berro: O Corpo Como Micropolítica Ruidosa” mediado por Marcos Alexandre, com a presença de Musa Michelle Mattiuzzi e Ricardo Aleixo, que refletiram sobre como trabalham esteticamente questões que atravessam seus corpos e suas experiências como performadorxs.
“Chorar os Filhos”, a performance de Nina Caetano, encerra hoje, 20 de setembro, seu ciclo de apresentações na Praça Rui Barbosa, no centro de Belo Horizonte. Nina participa, também hoje, da roda de conversa “Poéticas do Luto” às 15h na entrada do Centro de Referência da Juventude – CRJ. A artista, dramaturga e professora mineira discutirá questões como artivismo, políticas e poéticas da cena contemporânea, performances cidadãs e os desdobramentos atuais do feminismo.
No MIS Cine Santa Tereza, começa hoje a Mostra de Filmes FIT-BH 2018 com a exibição de “O Céu sobre os Ombros” às 19h30. O filme de Sérgio Borges, vencedor do troféu candango de melhor filme no 43º Festival de Brasília, conta a história de três personagens com histórias singulares que não se conhecem. Seus desejos e medos se cruzam e se interpenetram, costurando uma narrativa de perguntas e respostas permeada pela dualidade ficção/realidade. A Mostra segue nos próximos dias com a exibição de outros quatro filmes no MIS Cine Santa Tereza: “Precisamos Falar do Assédio”, de Paula Sacchetta (21/09 às 19h30), “Meu Nome é Jacque”, de Ângela Zoé (22/09 às 19h), “Meu Corpo é Político” de Alice Riff e “A Negação do Brasil” de Joel Zito Araújo. Todos têm entrada gratuita.
Foto: Christophe Raynaud de Lage
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